sábado, 5 de fevereiro de 2011

SAD/PSP



Fazem parte do mapa de pessoal com funções não policiais da PSP 45 médicos... Até quando? Nas Regiões autónomas, os polícias, estão sujeitos a uma prestação miserabilista, sem médicos da grande parte das especialidades, sem condições de acesso à prestação dos serviços e sem a boa vontade do MAI para encontrar soluções. Até porque estes profissionais, da Ilhas, vêem-se obrigados sempre que necessitam, a viajar para o Continente para poderem ser tratados. Mas se formos a Viseu, Bragança ou outros CMDS do interior o problema é análogo. Os médicos vão rescindindo os contractos, por atrasos nos vencimentos, ou falta de condições de trabalho, como aconteceu com o único cardiologista que a PSP tinha ao serviço no Porto. Ou com os estomatologistas que tem de comprar o material básico para garantir qualidade mínima na prestação do serviço. Mas o que também nos constrange é o facto de sabermos que os CMDS não podem fazer protocolos com empresas desta área por falta de publicação de um Despacho do MAI... Despacho que a ASPP/PSP tem reivindicado, através de ofícios ou durante as reuniões junto do Ministério e desde inícios de 2010. Nesta matéria, o Governo não pode alegar a falta de verba, até porque a inexistência dos protocolos cria situações que obrigam a uma maior despesa e maiores prejuízos para os polícias, nomeadamente com as deslocações, seja dos CMDS do Continente ou das Regiões autónomas. Mais uma vez percebemos que a questão da falta de verba é um bom argumento para quem não quer resolver os problemas...

Saúde, ou falta dela?





Em 2005, o Governo fez alterações ao Serviço de Assistência da Doença na PSP, SAD/PSP.
etirou os cônjuges do sistema, reduziu as comparticipações do Estado e aumentou a contribuição dos polícias. O argumento do MAI foi claro: reduzir as despesas com o serviço.
O MAI não se preocupou em responsabilizar aqueles que não souberam gerir o serviço, resultando em aumento da despesa, mas aproveitou para reduzir o direito a todo o efectivo. Mesmo assim, o MAI assumiu que a qualidade na prestação destes serviços iria melhorar e consolidaria a saúde financeira do SAD/PSP. Os polícias já se habituaram às boas intenções do Governo, que raramente se reflectem na prática e mais uma vez o compromisso resultou no seu contrário.
Os polícias têm neste momento um serviço de pior qualidade, menos vantajoso e em piores condições. É lamentável que os médicos que trabalham para a PSP estejam meses à espera de receberem o seu vencimento, ou que sejam os mesmos a comprar material para poder dar consultas com o mínimo de dignidade. Esta situação já levou à rescisão de contratos com a PSP por parte dos médicos. Mas se esta situação é preocupante, pior é o facto de sabermos que a verba destinada para estes serviços para 2011 não é suficiente para saldar a dívida de 2010.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/opiniao/saude-ou-falta-dela